Canção do Amor


Eu quisera poeta ser
Para o amor descrever
Mas tantos dele falaram
Que até, parece, esgotaram
O que dele eu poderia dizer.

Mas o amor não se esgota,
É fonte que sempre brota,
Que está sempre a renascer.

É um sentimento nobre,
Sem preconceito ou vaidade,
Que assalta o rico, o pobre,
Sem ver sexo, raça ou idade.

Mas o amor que fica,
A dois seres limitado,
Se floresce, não frutifica,
Se brota, fica mirrado.

Pois a fartura só vem
Quando é grande a plantação,
E muitas mãos têm
Pra cuidar da irrigação.

Assim, o amor é generoso,
A muitos estende as mãos,
Não é egoísta, orgulhoso,
A todos chama irmãos!