O Dealbar da Aurora
Ali estava a razão da minha peregrinação.
O Mestre, em posição de lótus, sentado
E em semicírculo, a seus pés, seus discípulos
Seus olhos cintilavam
E pareciam que bailavam
Inebriados de divina alegria...
Um discípulo cego
Dele se aproximou;
Humildemente, sua fronte inclinou
E suplicante pediu:
“Aquele que o cosmo ilumina
“E que através de ti nos ensina
“Conduza aos meus olhos Sua luz
“E libertando-me da cruz
“Me faça perceber no arrebol
“O tênue resplendor do sol”
O mestre lhe respondeu:
“Eu não tenho o poder de curar”
Retrucando, o discípulo falou:
“Para Deus não há limites!
“Ele que acende as estrelas
“E as velas da nossa alma
“com misteriosa refulgência de vida,
“Pode trazer-me, seguramente,
“O brilho da visão perdida”
O mestre o tocou na testa
No ponto médio entre as sobrancelhas, dizendo:
“O esplendor do sol terá uma aurora especial para ti
“A tua fé te curou!”
E, naquele mesmo dia, ele contemplou
A bela face da natureza...