Lembranças


“Morro à míngua, meu Deus, de um sorriso!
Tenho sede, Senhor, de um olhar.”
Castro Alves, in “Longe de Ti”


O relógio do tempo não pára,
Marca horas de largos momentos,
E as lembranças que trago de outrora
Fluem fácil no meu pensamento.

São lembranças de tempos felizes,
Que a vida nos brinda, ao passar,
Vão e vêm, como plumas ao vento,
Inspiradas nas ondas do mar.

No silêncio da noite, anelo,
Ao país dos meus sonhos, voltar,
E no rosário de estrelas luzidas
Desfiar uma a uma a rezar.

Vejo, então, nesse breve vislumbre,
A razão do meu inquieto cismar;
Eu preciso, Senhor, de um sorriso!
Tenho sede, Meu Deus, do Teu olhar.